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sábado, 15 de maio de 2010

Golpe contra aposentados


Estelionatários usam documentos falsos para fazer empréstimos em nome das vítimas
A aposentada Ceila Marize ficou surpresa quando ao sacar a sua aposentadoria viu que recebia R$ 105 a menos. Procurou o INSS e descobriu o motivo: um desconto para pagamento das parcelas de um empréstimo de R$ 5 mil. O problema, conta, é que ela não fez nenhum empréstimo.

Ceila Marize destaca ainda que não teve seus documentos roubados. "De alguma maneira falsificaram todos os meus documentos e eu em casa sem saber de nada sou surpreendida com uma notícia dessa", lamentou.

O caso aconteceu em Recife (PE) e já está sendo investigado. Segundo a polícia, o estelionatário obtém o número do benefício do aposentado e outros dados pessoais. Eles são usados na falsificação de documentos que servem para conseguir empréstimos junto a bancos e financeiras que mantêm convênios com o INSS para desconto em folha - o chamado empréstimo consignado. A instituição financeira autoriza o empréstimo, que é reconhecido pelo INSS. O dinheiro é depositado numa conta indicada pelo estelionatário e os descontos começam a ser feitos, a cada mês, no benefício do aposentado.

Desde 2006, a delegacia de combate ao estelionato no Recife registrou mais de 60 queixas de aposentados vítimas do golpe. A polícia suspeita de uma quadrilha formada por falsos corretores, funcionários de bancos ou financeiras e até mesmo servidores do INSS.

Fugindo do prejuízo

O delegado pede que as vítimas entrem na Justiça para conseguir a suspensão do pagamento das prestações. "O próprio banco e até o INSS devem exigir do corretor que intermediou o empréstimo a confirmação da assinatura em cartório do aposentado", recomendou Erivaldo Guerra.

"Quando o segurando identifica um desconto que ele não fez, ele pode procurar o INSS através do telefone 135, através da página do ministério na internet ou mesmo numa agência da previdência social, que vai registrar sua reclamação e cientificar a instituição financeira para que ela preste informação e prove a regularidade da transação", disse Benedito Brunca, diretor de benefícios do INSS.

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